Dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) apontam que a defasagem no preço da gasolina no Brasil subiu 19% em relação aos valores internacionais nesta segunda-feira (15). Nos preços do diesel, a Abicom aponta defasagem de 12%.
No levantamento publicado pela associação na sexta-feira passada, a disparidade da gasolina havia chegado a 17%. A defasagem do diesel estava em 10%.
Segundo a entidade, a possível escalada do conflito entre Irã e Israel, no Oriente Médio, poderá pressionar a Petrobras para fazer o reajuste.
“Nós já estamos convivendo com a defasagem no preço, tanto da gasolina quanto do óleo diesel praticados aqui no mercado brasileiro há muito tempo,e com esse evento do final de semana é natural que o mercado espere uma elevação dos preços das commodities, em especial do petróleo Brent, e naturalmente elevação do preço da gasolina e do óleo diesel, que são derivados do petróleo”, disse à CNN o presidente da Abicom, Sergio Araújo.
Segundo ele, porém, na primeira abertura de mercado desta semana, ainda não havia acontecido a variação.
Na abertura do mercado na manhã desta segunda, o barril de petróleo tipo Brent custava US$ 90,51. Mas, de acordo com Sérgio, a expectativa é ultrapassar esse valor.
Araújo ainda pontuou que os preços já estão influenciados por outros conflitos, como o da Rússia com a Ucrânia, e também na faixa de Gaza. Assim, é preciso aguardar a reação de Israel aos ataques do Irão para ver como vai impactar no mercado.
A expectativa é de que, com o agravamento da crise, gerem-se restrições às ofertas, especialmente porque o Irã tem uma das maiores fatias de produção de petróleo. Segundo o presidente da Abicom, o preço do petróleo é muito influenciado pelo equilíbrio ou desequilíbrio entre oferta e demanda.
“Esse evento do final de semana, sem dúvidas, aumenta a turbulência no mercado e, dependendo de como será a reação de Israel aos ataques, poderá, sim, ter um novo aumento nos preços, passando o preço do petróleo para um patamar superior aos atuais U$S 90 por barril”, diz.
“Isso vai pressionar, vai aumentar a defasagem já verificada nos preços, tanto da gasolina quanto do óleo diesel no mercado brasileiro. E com isso, haverá uma pressão ainda maior para que a Petrobras faça a adequação dos seus preços. Os preços da Petrobras hoje estão artificialmente baixos”, pontuou.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Conflito no Oriente Médio pressiona defasagem no preço da gasolina, que chega a 19%, diz Abicom no site CNN Brasil.